Centro de Chadô Urasenke do Brasil realiza 1ª Cerimônia do Chá de 2020

Realizada no último dia 12 pelo Centro de Chadô Urasenke do Brasil, a 1ª Cerimônia do Chá de 2020 (Hatsudate) teve como palco, pela primeira vez, o Mosteiro São Bento, ponto histórico de São Paulo localizado no Largo São Bento, no centro da capital paulista. O local escolhido foi uma homenagem aos laços do Cristianismo com o Japão. O evento contou com a presença do representante oficial no Brasil, Sôichi Hayashi; do diretor geral da Fundação Japão, Masaru Suzaki; do presidente da Associação de Ikebana do Brasil e vice-presidente do Centro de Chadô, Erisson Thompson de Lima Jr. e do vice-presidente do Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social), Jorge Yamashita, além de vários diretores, totalizando cerca de 120 pessoas.
O ano do Rato, que rege o horóscopo japonês em 2020, foi lembrado nos Higashi (doces japoneses) que foram trazidos do Japão e nos brindes entregues aos convidados. Após participarem da cerimônia, os convidados se dirigiram até o salão onde foi servido um coquetel ao som de cânticos gregorianos. Apresentada por Valderson de Souza e Cristina Jun Sugo, a cerimônia contou com discursos de Masaru Suzaki e Soichi Hayashi.
O diretor geral da Fundação Japão disse que passou as festas de fim de ano ao lado da família, no México. Na verdade ele explicou que, por conta do cargo que ocupa, já esteve em mais de 20 localidades de diferentes países, como Nova York, nos Estados Unidos, e Chiba, no Japão, onde também encontrou diferentes relações humanas, comidas e idiomas diferentes. “Mesmo no Japão, também há muita diferença entre Tóquio e Osaka, por exemplo”, disse Suzaki, destacando que, a vida com mudanças é algo interessante quando se é jovem. “Mas com uma certa idade torna-se complicada e às vezes difícil. Mas, no meu caso, tive a felicidade de encontrar a cerimônia do chá em diferentes países do mundo e agradeço muito aos mestres e amigos com quem pude conviver em São Paulo”, afirmou.
Afinidades – Já Sôichi Hayashi lembrou que uma peculiaridade do Hatsudate no Brasil “é que todos os anos ele é realizado em locais diferentes”. “Este ano decidimos fazer no Mosteiro São Bento idealizado pelo professor Valderson Sôchi”, destacou Hayashi, que explicou a afinidade existente entre o Cristianismo e a Cerimônia do Chá. Segundo ele, “no século 16, os missionários que vieram de Portugal, como Luiz Fróis e João Rodriguez se interessaram pelo Chanoyu e o registraram com detalhes”.
“Ao ler os registros, poderá se compreender a Cerimônia do Chá daquela época, a qual pode ser um grande estudo”, disse, acrescentando ainda que “costuma-se dizer que a Missa e a Cerimônia do Chá são semelhantes”. “Mas há também uma semelhança entre uma igreja e uma sala do chá, por serem espaços onde pode-se obter a paz da alma e, como, provavelmente, também pode se ter o espírito do chá dentro da igreja”.
Sôichi Hayashi finalizou sua fala desejando muita felicidade e sucesso a todos e com esse intuito escreveu, em japonês, um poema usando as iniciais do signo do zodíaco deste ano e tentou algo semelhante em português: “Resplandecer sempre / Abrilhantar o mundo! /Todos em harmonia / Obrigado a vocês!”
O brinde ficou a cargo de Erisson Thompson que convidou Sôichi Hayashi, Masaru Suzaki e Jorge Yamashita para subirem ao palco. Após o almoço, houve sorteio de brindes e apresentação artística com os Grupos de Minyo Min e o Grupo Seiha, comandado pela professora Tamie Kitahara.
O evento foi finalizado com uma visita à Basílica Nossa Senhora da Assunção, Sala Papal – onde o Papa Bento XVI apareceu para os fiéis – e à Capela.
(Aldo Shiguti)