Escolher a tradição ou a igualdade de gêneros?

A arena de touros libera o acesso às mulheres apesar de a proibição persistir em diversas localidades do Japão
Enquanto que no Torneio Profissional de Sumô a discussão sobre o acesso das mulheres ao dohyo (ringue circular de sumô) está acirrada, na província de Niigata, a entrada das mulheres à tradicional arena de touros, que até agora não era permitida, foi liberada.
No começo de abril, durante o torneio de sumô ocorrido na província de Kyoto, uma mulher foi socorrer o prefeito que havia passado mal dentro do ringue. O anúncio interno pedindo a sua retirada foi o estopim para a controvérsia que se sucedeu. A Associação Japonesa de Sumô imediatamente pediu desculpas por não ter sido uma atitude adequada diante da emergência, mas também declarou que não suspenderá tão cedo a tradição de proibição da entrada de mulheres ao ringue, que é considerado sagrado.
Por outro lado, a Associação de Touros de Luta de Yamakoshi, da cidade de Nagaoka, província de Niigata liberou o acesso das mulheres à arena de “Ushi no Tsunotsuki (Chifrada de Touros)”.
Segundo a versão digital do jornal Asahi Shimbun do dia 4 de maio, 6h58: “No dia 4, no torneio de estreia do ano, uma proprietária feminina de touro de luta entrou na arena pela primeira vez na história para realizar o ‘hikimawashi’, o passeio de exibição do touro após o duelo”.
A matéria digital do jornal Tokyo Shimbun de 6 de maio noticiou: “O presidente da Associação de Touros de Luta de Yamakoshi, Tomiei Matsui (36), declarou querer ‘manter a tradição respeitando a vontade de proteger os touros, independente da pessoa ser homem ou mulher’”.
É preciso manter os valores da “tradição” ou a “igualdade de gêneros” contemporânea? O Japão é um país que possui uma história antiga e é difícil mudar a tradição do dia para a noite, mas, com o tempo, a discussão certamente será aprofundada, inclusive no sumô.