53ª edição do Festival de Música e Dança Folclórica se adapta aos novos tempos

Em sua 53ª edição, o Festival de Música e Dança Folclórica Japonesa – Gueinosai –, realizado nos dias 23 e 24 últimos, no palco do Grande Auditório do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – no bairro da Liberdade, em São Paulo, reuniu mais de 600 participantes em quase 15 horas de programação. Ao todo, foram cerca de 130 apresentações entre karaokê, minyo, dança clássica, kotô, taiko e yosakoi soran.

Na abertura oficial estiveram presentes o cônsul geral do Japão em São Paulo, Yasushi Noguchi, o deputado federal Walter Ihoshi (PSD-SP), a presidente do Bunkyo, Harumi Goya, a agora Special Adviser da Japan House São Paulo, Ângela Hirata, o presidente da Comissão de Música e Dança Folclórica Japonesa, André Korosue, e a presidente da Comissão Organizadora, Rumi Kusumoto, entre outros.
Walter Ihoshi destacou que todos os anos procura prestigiar o evento, “um dos mais tradicionais da comunidade nipo-brasileira e que encerra as comemorações da semana da imigração japonesa”. “O Gueinosai mostra para todos nós não só a cultura japonesa, sobretudo a música e a dança, como também os costumes dos nossos antepassados”, conta o parlamentar, que destacou a beleza do espetáculo.

De acordo com Ihoshi, tão bonito quanto o Gueinosai é a homenagem Hakujusha (pessoas com 99 anos de idade), que antecede a abertura oficial do festival. “Também procuro estar sempre presente nesse evento para prestigiar e agradecer. Agradecer aos nossos pioneiros que merecem todo o nosso reconhecimento e respeito”, disse Ihoshi.
Mudanças – André Korosue explicou que está na presidência da Comissão do Festival desde 2005 e nesses 13 anos pôde acompanhar várias mudanças. Uma das mais significativas, ressalta, foi a de liberar a cobrança de ingressos. “Batemos na porta dos patrocinadores e conseguimos deixar a entrada livre porque, na verdade, quem vendiam esses ingressos eram as professoras, que já tem um grande trabalho que é o de preparar o pessoal para o Gueinosai. Acabamos com essa incumbência e passamos a solicitar apenas que quem puder colabore com um quilo de alimento não perecível”, destacou Korosue, afirmando que outra mudança ao longo desses anos foi uma maior participação dos jovens.

“Na geração anterior à nossa ainda não tinha taiko e yosakoi soran. Surrgiram também ótimos cantores de karaokê. Então, gente vai se adaptando aos novos tempos e a cultura japonesa reflete tudo isso”, disse André, que em seu discurso lembrou que em 2018 comemora-se os 110 anos da imigração japonesa e que o momento é de “gratidão”. “Gratidão, pois graças aos nossos pioneiros hoje podemos usufruir essa imagem de honestidade e garra e de fibra que eles construíram”.
A presidente da Comissão Organizadora, Rumi Kusumoto, que comemorou o saucesso do evento, também lembrou os 110 anos da imigração e fez um agradecimento especial a todos que já se foram. “Também nós perdemos muitas pessoas queridas”, disse Rumi, que fez questão de homenagear as professoras que tem como missão preparar suas alunas.

Gran Finale – Neste ano, a atração de fechamento do 53º Gueinosai ficou a cargo do professor e coreógrafo Satoru Saito, do Saito Satoru Ryubu Dojo, com participação do Seinen Santa Clara e Seinen Santo André. Considerado um dos importantes professores de dança clássica japonesa, Satoru Saito também estará coordenando o Grande Show Artístico a ser apresentado na Arena 110, durante a comemoração oficial do dia 21 de julho próximo, no Festival do Japão. Na hora de sua apresentação, o Grande Auditório ficou lotado.